Implante Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI)

Implante Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI): A Revolução no Tratamento da Estenose Aórtica - Um Guia Completo para Pacientes e Familiares

A estenose aórtica é uma condição cardíaca séria que afeta milhares de brasileiros, principalmente idosos. Felizmente, hoje contamos com uma técnica revolucionária e minimamente invasiva: o Implante Percutâneo de Válvula Aórtica, também conhecido como TAVI (Transcatheter Aortic Valve Implantation) ou TAVR (Transcatheter Aortic Valve Replacement). Vamos explorar detalhadamente este procedimento inovador que está transformando vidas.

O que é a Estenose Aórtica?

A estenose aórtica ocorre quando a válvula aórtica do coração se torna estreita e rígida, dificultando a passagem do sangue do coração para o resto do corpo. Esta condição pode causar sintomas como:

• Falta de ar

• Dor no peito

• Tonturas

• Cansaço excessivo

• Desmaios

O que é TAVI/TAVR?

O TAVI é um procedimento minimamente invasivo que permite a substituição da válvula aórtica doente sem necessidade de cirurgia aberta tradicional. Por meio de um cateter inserido geralmente pela virilha, uma nova válvula é posicionada dentro da válvula antiga danificada.

Vantagens do TAVI:

1. Recuperação mais rápida

   • Menor tempo de internação hospitalar

   • Retorno mais rápido às atividades diárias

2. Procedimento menos invasivo

   • Sem necessidade de abertura do tórax

   • Menos trauma cirúrgico

   • Menor risco de infecções

3. Ideal para pacientes de alto risco

   • Alternativa segura para idosos

   • Opção para pacientes com outras condições médicas

   • Possibilidade de tratamento para pessoas anteriormente consideradas inoperáveis

Quem é Candidato ao TAVI?

O TAVI é especialmente indicado para:

• Pacientes idosos (tipicamente acima de 65 anos)

• Pessoas com alto risco cirúrgico

• Pacientes com contraindicações para cirurgia convencional

• Casos selecionados de pacientes de risco intermediário

A Importância da Expertise do Operador

O sucesso do TAVI está diretamente relacionado à experiência da equipe médica. Um especialista em cardiologia intervencionista com treinamento específico em TAVI deve:

• Realizar avaliação detalhada pré-procedimento

• Dominar diferentes técnicas e dispositivos

• Ter experiência no manejo de possíveis complicações

• Trabalhar com equipe multidisciplinar especializada

Tecnologia e Segurança

O procedimento utiliza tecnologias avançadas como:

• Imageamento 3D para planejamento

• Sistemas de navegação em tempo real

• Válvulas de última geração

• Monitoramento cardíaco avançado

A Importância da Consulta Especializada

É fundamental consultar um especialista em cardiologia intervencionista para:

Avaliação individualizada do caso

• Discussão detalhada das opções de tratamento

• Esclarecimento de dúvidas específicas

• Planejamento personalizado do procedimento

Conclusão

O TAVI representa um avanço significativo no tratamento da estenose aórtica, oferecendo uma alternativa segura e eficaz à cirurgia convencional. A chave para o sucesso está na seleção adequada dos pacientes e na experiência da equipe médica.

Dr. Luis A G Tamayo

Cardiologista Intervencionista. Especialista em Imagem cardíaca.

CRM-SP 118085

QRE 90114 -901141

Referências

1. American College of Cardiology. (2024). 2024 ACC/AHA Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease. Journal of the American College of Cardiology.

2. Sociedade Brasileira de Cardiologia. (2023). Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias. Arquivos Brasileiros de Cardiologia.

3. Otto, C. M., et al. (2023). 2023 ESC/EACTS Guidelines for the management of valvular heart disease. European Heart Journal.

4. Agência Nacional de Saúde Suplementar. (2024). Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. ANS.

5. Makkar, R. R., et al. (2023). Five-Year Outcomes of Transcatheter or Surgical Aortic-Valve Replacement. New England Journal of Medicine.

6. Reardon, M. J., et al. (2023). Surgical or Transcatheter Aortic-Valve Replacement in Intermediate-Risk Patients. New England Journal of Medicine.